sexta-feira, 12 de março de 2021

Sobre a doação de gâmetas

Depois de receber várias perguntas, venho aqui responder na generalidade àquilo que sei e lançar, de novo, o apelo, a quem puder ser dador/dadora para que inicie o processo! 😉

Há gente tão pertinho de nós a precisar... 

Então cá vai:

1) O tipo sanguíneo importa?

O tipo sanguíneo é uma das primeiras perguntas que fazem. Penso que qualquer tipo sanguíneo pode ser dador, neste caso a informação importa para o mapa genético de quem puder vir a utilizar os nossos ovócitos.

2) As crianças que nascerem da doação podem vir a «reclamar» direitos à dadora?

NÃO.

A criança que nascer de uma doação pode, ao atingir a maioridade, ter acesso aos dados da dadora, mas não há qualquer relação entre as partes. Isto é, a dadora não é tida como «mãe biológica», esse conceito, inclusivamente, é banido do processo de fertilização. Logo, nem a criança pode «reclamar» nem a dadora se pode achar mãe de. 

Isto é um ponto fulcral para o processo avançar.

Num tom mais pessoal, isto não me faz qualquer confusão. Não pensaria, nunca, vir a dizer que A  ou B não são filhos da mãe que os gerou mas sim meus. 

Mudando totalmente o assunto, faz-me muito mais confusão pensar nas barrigas de aluguer. Por não acreditar que uma mulher, sã mentalmente, consiga gerar uma vida dentro de si como se se tratasse de uma prestação de serviços.

3) Que riscos corre uma dadora?

Bom, não se faz nada nesta vida em que não se corram riscos, certo?

Tomáramos nós que, de cada vez que temos que nos sujeitar a uma medicação, consulta, exame ou cirurgia fôssemos observadas da mesma forma que somos observadas ao longo deste processo.

Se nos primeiros exames houver algum risco, a dadora fica logo ciente dele ou pode inclusivamente ver o seu processo terminar ali. 

Os riscos, correndo tudo bem, são mínimos. Não há propriamente complicações associadas, nem impedimentos, nem nada. 

4) Dói?

Olhem filhas, não sei. Neste momento só tirei sangue, fiz citologia e ecografia. Pelo que, como saberão, nada disto dói.

Avançando para a doação, a aspiração dos ovócitos é feita com uma pequena sedação, como aquela que dão quando se faz uma endoscopia ou colonoscopia. 

5) A doação é remunerada?

Não. A doação não é remunerada.

No entanto, se o processo for concluído, poucos dias após a doação, o estado paga uma recompensa à dadora que serve para cobrir os custos associados ao processo, como as faltas ao trabalho para as consultas e exames e o dia da doação.

E agora me despeço, voltando ao assunto quando o processo avançar!

Bom fim-de-semana (e que venha a segunda-feira e os putos na escola!!!) 🌷


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