quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Quando for grande quero ir ao Brasil

 Dormi muito mal hoje.

Um sono especialmente agitado desde a última vez que acordei e olhei para o relógio, pouco passava das 05h.

Estava no Rio. Estava na cidade que eu amo. Mas com uma ansiedade doida. Tinha 1 semana e sentia que cada minuto parada eram dias em que perdia um sítio para revisitar ou conhecer.

Cá em casa todos gostamos do Brasil, especialmente a mais nova, sem nunca lá ter ido.

O meu hóme reclama reclama reclama, da única vez que fomos os dois, disse-me que não voltaria, porque a viagem era muito longa. Mas foram uma férias de mar, de história, de cidade e natureza, maravilhosas.

Eu posso ir já no próximo voo, seja lá para que estado for. 

E a mais nova consome muito conteúdo brasileiro, e se houver samba na área solta a anca e os pezinhos e lá vai ela.

Mas sinto-me ansiosa há mais de 2h, farta de me mexer e a sonhar com coisas boas e más que aconteciam no Rio. Uma delas, não se faz a ninguém: estávamos alojados na orla de Copacabana e havia obras no calçadão, de tal maneira que não se conseguia ir à praia! PÂ-NI-CO.

Bom, na verdade, já nem sei porque comecei a escrever isto. Sei que assim que puder e que a Rita crescer, voltarei ao Rio, a SP e conhecerei outras partes do Brasil. E levá-la-ei comigo sempre que puder.

E para matar a saudade... Fotos de há 9 anos, no RJ, SP e RS e na Bahia há 7 anos.

Ipanema, RJ

Floresta da Tijuca, RJ

Paquetá, RJ

Selaron, RJ

Central do Brasil, RJ

Pedra do Arpoador, RJ

Mirante do Leblon, RJ

Calçadão de Copacabana, RJ

Vista do Pão de Açúcar sobre a Urca, RJ

Pão de Açúcar, RJ

Copacabana, RJ


Viaduto da Paz, SP

Banespão, SP

Av. P

Avenida Paulista, SP

Ibirapuera, SP

Mercado Municipal, SP

Santos, SP

Museu da Independência, SP

Pelotas, RS

Rio Grande, RS

Maior Praia do Mundo, RS

Maior Praia do Mundo, RS

Algures depois de uma viagem de loucos por estradas de terra batida, RS

Ondina, BA

Forte da Barra, BA


Uma qualquer praia numa qualquer ilha na Bahia...


Igreja de N. S. do Bonfim, BA




Típica foto de turista mete nojo, BA


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Estou aqui.

Hoje venho dizer-vos que somos todos uma merda.

Há dias assim. Que não dão para muito mais.

Ainda não decidi se somos todos uma merda, ou se somos todos a mesma merda.

Vivemos uma situação inédita. Impensável. Inacreditável. Sabem aqueles filmes mesmo maus, que ao fim de 2 minutos já desistimos, porque o mundo está a acabar e isso é impensável?

Pois é. Há dias em que não é.

Há dias em que presenciamos a chegada de novas vidas, as perdas das que não chegaram a nascer, as complicações que surgem.

Há dias em que tememos que o amigo ou vizinho tenha um cancro sem diagnóstico atempado, ou que nos dê um fanico e tenhamos de ir parar a um hospital, ou que alguém parta sem que nos possamos despedir.

Estes tempos têm sido duros, e não heróis com capa que nos safem.

Ter um familiar institucionalizado, nesta altura, implica obrigá-lo a viver com a solidão, com a ausência de filhos e netos, a viver numa tristeza sem fim e com contacto muito limitado.

Ter um familiar hospitalizado, obriga a deixá-lo sem visitas, sem sabermos e vermos como realmente está, e a deixar tudo entregue nas mãos que quem cuida.

Ter um familiar no estrangeiro, implica, neste momento, mais de 1 ano sem estarmos juntos, sem nos tocarmos, sem nos cheirarmos, sem vermos os pequenos a crescer. 

Ter alguém de risco em casa implica ter medo, todos os dias, quando temos de sair porta fora.

Os dias em que o telefone não toca para ter trabalho são dias sem fim.

Os dias em que não para de chover mostram-nos que a luz ainda está longe.

Os miúdos começam a acusar cansaço. O sono de todos é perturbado.

E quando isto acabar, começa a segunda pandemia. A económica e social. A segunda pandemia das doenças por tratar e dos diagnósticos por fazer. A segunda pandemia da saúde mental.

E quantas vagas por aí virão...

Hoje, não estou triste.

Hoje, não chorei.

Hoje, estou bem, enérgica, e com capacidade de ver o sol.

E com capacidade para abraçar os meus, virtualmente, e dizer, mais uma vez, que estou aqui.

Ninguém está sozinho. 

Estamos todos no mesmo barco.

E eu estou aqui.

Não se sintam sozinhos. Procurem companhia. Façam um brinde à vida. Encontrem o sol, e a esperança ao amanhecer. 🌞



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Confinamento 4832156841238431

 08h49. Estou de pé há pouco mais de 1h.

Acordar tem sido assim, ao sabor dos dias. Sem despertador, sem vontade, sem energia.

Questiono-me em que semana de confinamento vamos. Rapidamente me localizo. Vamos nas primeiras, e todos os dias me surpreendo por termos aguentado tanto tempo no 1.º confinamento. 


Os dias têm um sabor de montanha-russa, uma sensação agridoce. E olhem, nunca andei de montanha russa e só provei o molho agridoce uma vez. 

Lá fora troveja, chove a potes, está frio. A luz no céu não chega para iluminar o dia.

Em casa, só de luz acesa.

A casa está de pantanas. Felizmente, acho que já aprendi a relativizar. Vai-se limpando, vai-se arrumando, mas é um ciclo. Não tem um fim à vista nem um resultado perfeito.

Os dias correm. Às vezes, de repente, é hora de almoço. Mas a tarde demora imenso a passar.

Outra vezes, é isto. Ainda só passou 1h30 desde que me levantei e quem me dera que já fossem 17h.

Depois, tudo passa. Depois, num mesmo dia, cozinho, faço desporto, saio a pé, brinco, arrumo os quartos, perco-me nas redes, o relógio corre, o relógio pára, uma série nova, oiço música. Há tempo para tudo, desde que haja energia para tudo.

Sem dúvida que este confinamento tem sido muito mais desafiante.

Enquanto a mente grita e pede um pouco de sossego, de tempo a sós, de não ter horários nem obrigações, depois derreto-me para uma miúda de 4 anos que não fez UMA BIRRA desde que isto começou. Que não nos levou aos limites. Que é compreensiva com tudo, que ajuda a cozinhar, a arrumar a loiça, a pôr a mesa, a arrumar a roupa seca, a pôr roupa a lavar, que por iniciativa própria arruma o quarto e faz a cama. Que me deixa totalmente imersa de amor, cada dia mais.

E que me mostra o que é a tolerância e a empatia.

É absolutamente irresistível e uma força da natureza.

E, depois, para ajudar à (in)congruência dos dias, não quero um confinamento curto. Vibro com a descida do número de casos e de mortos, acredito no bom senso das pessoas em não facilitar, e peço que o governo tenha coragem de manter estas medidas até fim de março.

E agora, pensando nisso, não quero nem pensar nas questões económicas. Mas entre conforto financeiro e vidas, prefiro salvar vidas.

Nota-se muito a loucura dos dias que estamos a viver?


Ah! E uma questão muito importante.

Nunca havia sido tão bom e tão importante para mim passar os dias com conversas de treta nos grupos de família e amigos. Ou a partilhar parvoíces nas redes e a trocar mensagens e comentários com pessoas que não são do dia-a-dia mas que nos aquecem o coração.

Se se sentirem sozinhos, deprimidos, se acharem que o dia não tem várias cores, mandem mensagem! Telefonem! Não estão sozinhos! Acho que estamos todos no mesmo barco. E na mesma maré... 

Se precisarem, estou aqui 💚