sexta-feira, 5 de maio de 2017

Problemas graves da maternidade #1

Então, minhas boas pessoas, pensem lá comigo:

Eu vou ao shopping com a Rita. Sozinha. É ótimo.
Estamos numa fase chata do tempo. Se está frio, não podemos passear. Se está calor, ela transpira que nem uma doida. Se chove, não dá para andar na rua.
Então o que nos sobra? Centros comerciais.

Agora pergunto eu?

1. Mesmo com aqueles lugares destinados a famílias com crianças de colo à porta do shopping, como é que eu, sozinha, vou conseguir empurrar/puxar a porta e empurrar o carrinho ao mesmo tempo?
Fórum Coimbra, está na altura de pensarem nisso!
Dolce Vita, se houvesse destes lugares já não era mau...

Mas eu ainda sou uma pessoa que tem reservas de gordura para gastar, e alguma flexibilidade herdada de alguns anos de dança. Faço uma ginástica e pronto.
Mas como faz uma pessoa em cadeira de rodas? Tem 5 lugares à porta para estacionar, mas se não for um caso daqueles em que não pode sair sozinho, não pode conduzir, não pode colocar-se na cadeira, etc., como abre a porta? Já para não dizer que a altura das maçanetas é para quem anda em duas pernas...

2. Bom, mas continuando o nosso périplo pelo shopping, mamãe fica com a bexiga cheia, ou dá-lhe uma vontade daquelas.
Como é? Deixamos a criança à porta da casa de banho? Pedimos a alguém que olhe por ela, sem pensarmos no Rui Pedro e na Maddie? Aguentamos? Vamos só ali ao Continente comprar fraldas para a incontinência e da próxima já vimos prevenidas?

A-m-i-g-o-s, a solução, até agora, tem sido uma: casa de banho dos deficientes.
Porém, no outro dia, no NorteShopping, estava eu descansadinha e a Rita não estava a gostar de estar ali. Começou a chorar. Eu a mijar. E alguém, do outro lado da porta, a bater como se não houvesse amanhã.

Gente, mesmo que quem estivesse do outro lado fosse alguém com (mais) legitimidade para usar a casa-da-banho - não podia ser um outro deficiente lá dentro? É certo que a Rita tinha a goela bem aberta, e não estava contida no volume, mas...

Conclusão: quando nos vemos nestas situações é que percebemos como é difícil ter algum tipo de mobilidade, neste caso, condicionada.

Senhores dos centros comerciais, pensem lá nisso!

2 comentários:

  1. Acrescenta-lhe a cena dos elevadores... quando vão cheios de pessoal dito normal e quem está de cadeira, carrinho, muletas e em situação de mobilidade reduzida fica a vê-los subir e descer enquanto (des)espera...

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  2. Acrescenta-lhe a cena dos elevadores... quando vão cheios de pessoal dito normal e quem está de cadeira, carrinho, muletas e em situação de mobilidade reduzida fica a vê-los subir e descer enquanto (des)espera...

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