quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Estado de Degradação

 Venho partilhar convosco o meu estado de degradação.

Isto é um síndrome que me acompanha há quase 4 anos. E que é difícil contrariar. E este ano, em particular, está a assumir proporções inimagináveis.

Olhem, e calha mesmo bem, que daqui a 1 mês é dia de Natal!

Então, a pessoa passou grande parte deste ano em casa, acredita que vai passar ainda os primeiros meses do próximo ano, e que dificilmente se deixará o teletrabalho para uma hipótese remota, depois de tudo o que vivemos desde março.

Assim sendo, em junho, mãos à obra em casa. A casa ficou toda recauchutada! A piscina um primor. A cozinha cheia de luz. Ai a luz desta casa, que me tirava do sério, e que agora me alegra qualquer dia cinzento! Pois é... Apesar de nunca ter gostado desta casa, nestes meses todos de confinamento criei uma paixãozita por ela, e pelo seu conforto. E então, dei por mim a fazer uma lista de "essenciais a ir comprando quando der". E, depois, transformei essa lista em "coisas que posso comprar no aniversário e Natal". 

Abispem-se:

- Máquina de café com moinho, que o lixo que as cápsulas produzem, e a mistura que elas trazem lá dentro que também tem café, tiram-me do sério! Nota relevante: ninguém me avisou que para comprar uma máquina dessas tinha de vender um rim! E a questão é que já vendi um há uns anos para comprar as botas da minha vida, e não me dava jeito nenhum vender o outro.

- Torradeira «em condições». O que é que isto significa? Não tem de ser o Ferrari das torradeiras, mas em dias com as miúdas cá em casa, que são alguns (tipo agora que a escola da mais velha fechou) elas comem que nem doidas e por dia chegam a sair 10 fatias torradas. E esta torradeira, do tempo em que o meu irmão vivia no Porto (ficaram a saber o mesmo, não é? Sei lá, lá para 2009) já não dá. 

- Serviço de pratos, copos e chávenas de café novos. WHAAAAT? Pois é. Não comprem pratos no IKEA. Oiçam o que vos digo. Os que sobram de lá têm 5 anos e parece que andaram na guerra do Vietnam.

- Batedeira «como manda a lei», que as Moullinex que existem nesta casa têm para cima de 15 anos e partiram, literalmente, as varetas. E como é que a pessoa vive sem batedeira? Nem sabia que tinha uma em casa dos meus pais, quanto mais que era possível dar-lhe tanto uso até as varetas partirem. Abençoado confinamento. As miúdas só querem fazer bolos, tartes e afins. Depois ficam a olhar, dizem "ficou lindo, não ficou"? Mas não comem. Comemos nós, e as minhas ancas armazenam tudo, tal ursinho pardo no inverno, para garantir que não me falta nada.

E, eventualmente, poderia continuar a lista.

Genteeee, onde está o perfume X? O creme Y? A carteira Z e o vestido W? 

Estou-me a passaaaar! Internem-me, por favor. 

Agora vou ali escrever uma cartinha ao Pai Natal, a ver se me traz só uma coisa: 1 raspadinha com 3 ou 4 zeros à frente de 1 algarismo. E eu trato de tudo.

Pode ser?


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