segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Confinamento 4832156841238431

 08h49. Estou de pé há pouco mais de 1h.

Acordar tem sido assim, ao sabor dos dias. Sem despertador, sem vontade, sem energia.

Questiono-me em que semana de confinamento vamos. Rapidamente me localizo. Vamos nas primeiras, e todos os dias me surpreendo por termos aguentado tanto tempo no 1.º confinamento. 


Os dias têm um sabor de montanha-russa, uma sensação agridoce. E olhem, nunca andei de montanha russa e só provei o molho agridoce uma vez. 

Lá fora troveja, chove a potes, está frio. A luz no céu não chega para iluminar o dia.

Em casa, só de luz acesa.

A casa está de pantanas. Felizmente, acho que já aprendi a relativizar. Vai-se limpando, vai-se arrumando, mas é um ciclo. Não tem um fim à vista nem um resultado perfeito.

Os dias correm. Às vezes, de repente, é hora de almoço. Mas a tarde demora imenso a passar.

Outra vezes, é isto. Ainda só passou 1h30 desde que me levantei e quem me dera que já fossem 17h.

Depois, tudo passa. Depois, num mesmo dia, cozinho, faço desporto, saio a pé, brinco, arrumo os quartos, perco-me nas redes, o relógio corre, o relógio pára, uma série nova, oiço música. Há tempo para tudo, desde que haja energia para tudo.

Sem dúvida que este confinamento tem sido muito mais desafiante.

Enquanto a mente grita e pede um pouco de sossego, de tempo a sós, de não ter horários nem obrigações, depois derreto-me para uma miúda de 4 anos que não fez UMA BIRRA desde que isto começou. Que não nos levou aos limites. Que é compreensiva com tudo, que ajuda a cozinhar, a arrumar a loiça, a pôr a mesa, a arrumar a roupa seca, a pôr roupa a lavar, que por iniciativa própria arruma o quarto e faz a cama. Que me deixa totalmente imersa de amor, cada dia mais.

E que me mostra o que é a tolerância e a empatia.

É absolutamente irresistível e uma força da natureza.

E, depois, para ajudar à (in)congruência dos dias, não quero um confinamento curto. Vibro com a descida do número de casos e de mortos, acredito no bom senso das pessoas em não facilitar, e peço que o governo tenha coragem de manter estas medidas até fim de março.

E agora, pensando nisso, não quero nem pensar nas questões económicas. Mas entre conforto financeiro e vidas, prefiro salvar vidas.

Nota-se muito a loucura dos dias que estamos a viver?


Ah! E uma questão muito importante.

Nunca havia sido tão bom e tão importante para mim passar os dias com conversas de treta nos grupos de família e amigos. Ou a partilhar parvoíces nas redes e a trocar mensagens e comentários com pessoas que não são do dia-a-dia mas que nos aquecem o coração.

Se se sentirem sozinhos, deprimidos, se acharem que o dia não tem várias cores, mandem mensagem! Telefonem! Não estão sozinhos! Acho que estamos todos no mesmo barco. E na mesma maré... 

Se precisarem, estou aqui 💚



2 comentários:

  1. e que tal fazermos os suspiros que a Vera ensinou no face?

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  2. Anónimo09:25

    Viva! Viva! Estou contigo;)))

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