quinta-feira, 14 de abril de 2022

«Que não há taça, amor, para este vinho»

Capítulo 0. 

Escrevi isto no dia 29 de junho de 2021. Foi um dia de «arrumações» de assuntos difíceis, resoluções e bola para a frente.

Mal sabíamos que os meses seguintes poderiam ser ainda mais duros e desafiantes do que tudo o que estava para trás.

Mas seguíamos juntos, com uma certeza. Que o lugar de um é ao lado do outro. E se a caminhada for difícil para um de nós, o outro puxa.

Venha de lá a piroseira, e a única foto juntos do verão, com o sol a cegar-nos as trombas.


29-06-2021

Vou ser muito pirosa e ele vai dizer qualquer coisa como «a sério?!». 

Mas os últimos tempos têm-nos ensinado, das mais variadas formas, que o amanhã é muito relativo.

Pessoas queridas que desaparecem numa doença fulminante, um emprego estável que nos foge dos pés numa pandemia, projetos que se adiaram e que urgem acontecer hoje, doenças prolongadas que, também a nós, nos deixam doentes, uma luta diária para chegar ao fim do dia com alguma confiança num amanhã melhor, as maleitas que diariamente nos azucrinam e que vão sempre somando mais qualquer coisinha.

Tanta mas tanta merda que nos passou pela frente, e até mesmo por cima, nos últimos 15 meses, que dava um bom filme.

Mas nós cá estamos, seguindo firmes e fortes no colo um do outro. 

Passaram-se mais de 7 anos desde o dia em que conversámos e decidimos que o caminho que iríamos percorrer teria de ser feito lado a lado. 

Nunca pensei chegar aqui. «Nem eu», pensas tu de certezinha!

Só queria partilhar com o mundo que «nós» não nascemos de um dia para o outro e não vivemos sempre um conto de fadas.

Contigo aprendi o que é estar lá, sempre, um para o outro. Aprendi a dar a mão quando se cai. Aprendi que todos podemos errar. Aprendi que a paixão não dura para sempre, mas que o amor se constrói e se alimenta diariamente, e que desafiante que isso é. 

Temos muitos desafios em mãos, muitos projetos a curto prazo, e somos uma antagonia perfeita.


Miminho, que venham mais 7. 

E que continuemos a construir a nossa história com fotos de má vontade, gordices e muito amor.


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