sábado, 14 de março de 2020

coronamood dia #1

Pensei várias vezes se deveria vir para aqui escrever. Mas a pessoa tem que despejar as coisas para algum lado, ainda que possa não apetecer a ninguém ler.
Ontem, por iniciativa familiar, foi o 1.º dia de isolamento cá em casa.
Na verdade, foi o 1.º dia para mim e para a Rita… e que dia!
Inicialmente foi fácil falarmos com ela:
- há muita gente doente na rua;
- nós não queremos ficar doentes;
- vamos passar os próximos dias em casa, sem ir ao café ou ao parque;
- vamos lavar várias vezes e muito bem as mãos;
- vamos brincar, aprender, apanhar sol, dormir a sesta, pintar, etc.;
- vamos ver os avós e os tios pelo telemóvel, porque também não queremos que eles fiquem doentes;
- quando isto acabar, vamos fazer uma festa, juntar a família e celebrar.
Mas… para isso acontecer, temos de ficar em casa!
A coisa nas primeiras horas funcionou, mas chegámos a um ponto em que nem ir à casa-de-banho sozinha conseguia ir…
Diria que ontem foi o dia do luto. Um stress constante, uma falta de energia atroz, uma mega dor de cabeça e vontade de adormecer e acordar no fim da quarentena! Ora isto aliado a 2 crianças em casa, é, basicamente, impossível.
Então, hoje, dia #1 dos quatro em caso começou a tourada!
Alterámos rotinas do dia-a-dia para que estes dias não sejam tão complicados.
Por exemplo, todos os dias tomávamos banho de manhã, os 4. Hoje, elas já acordaram de banho tomado, o que as ajuda a relaxar ao fim do dia e fechar um ciclo.
Também passaram o dia de pijama, coisa que pensei não fazer… Mas elas adoraram! Pijama, descalças e rua com elas: dar comida e muito mimo aos cães, que têm pouco mimo diariamente porque no corre-corre não há espaço para estarmos com eles; preparar a nossa mesa e cadeiras na rua, limpar e preparar o almoço para comer lá fora; andar de bicicleta no pátio, dentro dos possíveis, deslocar brinquedos para a rua ou para espaços menos comuns de brincadeira cá em casa; envolve-las na dinâmica da cozinha; contar histórias e ver filmes novos.
A verdade é que mediar duas miúdas, de 3 e 8 anos, e com feitios antagónicos, é difícil. Mas é mais difícil ter apenas 1 criança para entreter.
Ainda agora, enquanto escrevo, estão as duas há quase 1h a brincar sem se chatearem e sem chatear ninguém! Oremos, irmãos!
Vamos ver como correrá daqui para a frente, step by step. Pensar em longevidade é assustador, mas pensar no hoje tem sido um desafio e tanto.
Entretanto, esta semana fizemos algumas compras «não vá o diabo tecê-las» na terça-feira, sem exageros, mas sem noção que iríamos ficar os 4 em casa 15 dias… Conclusão: elas em casa passam a vida a querer comer e temo que na segunda ou terça tenha de ir ao supermercado. E confesso que isso não me deixa nada confortável! Mas vamos lá, apenas 1 de nós, de máscara, luvas e com todos os cuidados.
Espero que todos levem a sério este período. Cuidar de si e daqueles que os rodeiam passa apenas por ficar em casa e cumprir algumas regras que nos são sugeridas.
Espero que, daqui a 15 dias, todo o panorama que se avizinha seja o melhor.
Seguimos juntos!

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